Os Yawalapiti são um povo de língua aruak do Alto Xingu, e foram certamente um dos primeiros a ocuparem a região. Seu nome significa "aldeia dos tucuns" e é hoje usado pelo grupo como autodenominação. A "aldeia dos tucuns" seria a localização mais antiga de que se recordam e está situada no Parque Indígena do Xingu, próxima à confluência dos rios Culuene e Batovi. Sua aldeia atual fica mais ao sul, em local de terra fértil.
Os Yawalapiti já estiveram sob a ameaça de extinção, reduzidos por epidemias a apenas 28 indivíduos em 1953. Em 2014 foram registradas 262 pessoas na aldeia. O crescimento populacional se deve tanto às melhores condições de saúde quanto à prática de casamentos intertribais, incorporando membros de outras aldeias. Atualmente, apenas quatro ou cinco indivíduos falam Yawalapiti, predominando na aldeia as línguas Kuikuro (da família Karib) e Kamaiurá (da família tupi-guarani), em razão dos muitos casamentos que ligam os Yawalapiti a esses grupos.
Assim como as outras aldeias xinguanas, a dos Yawalapiti é circular, com as casas comunais circundando um pátio central (uikúka) na qual se situa uma casa frequentada apenas pelos homens, destinada a ocultar as flautas sagradas (apapálu). É nesta casa, ou em bancos diante dela, que os homens se reúnem para conversar ao crepúsculo e se pintam para as cerimônias.
São os homens que constroem as casas e realizam todos os trabalhos em madeira, como bancos, arcos, pilões, pás de virar o beiju etc. Também fazem os cestos e os instrumentos cerimoniais (flautas e chocalhos).
Os bancos feitos pelos Yawalapiti, assim como os de outros povos xinguanos, retratam animais que povoam a sua mitologia, como as onças. Eles acreditam na existência de uma multiplicidade de seres espirituais com influência considerável nos assuntos humanos; esses seres provocam a maioria das doenças, mas também podem ajudar os xamãs e são os "donos" de certas espécies animais. São espíritos invisíveis, os munukinári, que só aparecem para os doentes e para os xamãs em transe. É comum conceberem os espíritos como donos de uma essência antropomorfa por baixo de uma aparência animal ou monstruosa.
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