Tukano

Os Tukano integram um grupo de dezessete etnias que vivem na região do alto rio Negro, ao longo do rio Uaupés e seus afluentes, na área fronteiriça entre o Brasil e a Colômbia, e na bacia do rio Apaporis (tributário do Japurá), no estado do Amazonas. Em território brasileiro, há cerca de 5.730 indivíduos e, em colombiano, cerca de 6.330. Esses grupos falam línguas da família Tukano Oriental e participam de uma ampla rede de trocas, que inclui casamentos, rituais e comércio, compondo um conjunto sociocultural chamado de “sistema social do Uaupés/Pira-Paraná”. Membros dessas etnias também estão presentes nas cidades da região, sobretudo em São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel e Barcelos.

A língua tukano propriamente dita é a que possui maior número de falantes na região do alto rio Negro. Ela é usada não só pelos Tukano, mas também pelos outros grupos do Uaupés brasileiro e em seus afluentes Tiquié e Papuri, exercendo a função de língua franca para a comunicação entre povos.

Os Tukano autodenominam-se Ye’pâ-masa ou Daséa. No rio Uaupés e em seus afluentes existem atualmente mais de duzentos povoados e sítios. É possível que existam mais de trinta subdivisões entre os Tukano, compondo um conjunto hierarquizado de relações sociais e políticas. Os Tukano fabricam um banco ritual, o Kumurõ, feito de madeira da sorveira (Sorbus domestica L.) e pintado na parte do assento com motivos geométricos semelhantes aos dos trançados, emoldurando um grafismo central que pode representar vários animais ou a cobra Canoa de Transformação, que está no mito de origem desse povo.

Na cosmologia Tukano, o Kumurõ é um instrumento sagrado, assim como o porta-cigarros e a lança-chocalho; são esses objetos que dão ao Avô do Universo o poder para criar os animais, as terras e as águas. O banco é, portanto, um objeto muito valorizado, obrigatório nas cerimônias e rituais, onde se sentam os líderes, benzedores (kumua) e chefes de cerimônia (bayá). Sua produção em moldes sustentáveis, conforme técnicas tradicionais, vem sendo estimulada por intermédio de um projeto, o Banco Tukano Kumurõ, desenvolvido pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro juntamente com o Instituto Socioambiental, com o objetivo de promover a comercialização das peças sem comprometer a disponibilidade da matéria prima para sua confecção no presente e no futuro.

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