Os Sateré-Mawé, os primeiros a cultivar o guaraná, habitam a região do médio rio Amazonas, em duas terras indígenas no estado do Amazonas e na divisa deste com o Pará. Hoje somam pouco mais de 13.350 mil índios distribuídos entre as áreas de Andirá (com 42 aldeias) e Marau (com 31 aldeias). Na zona oeste de Manaus há também uma população Sateré-Mawé que tem crescido rapidamente, chegando hoje a mais de 500 habitantes.
Ao longo de sua história, o grupo recebeu diversos nomes, a partir do registro de cronistas, desbravadores, missionários e naturalistas. Sateré-Mawé é uma autodenominação que aglutina vocábulos de diferentes significados: Sateré, “lagarta de fogo”, refere-se ao clã mais importante de sua sociedade, que tradicionalmente indica a linha sucessória dos chefes políticos. Mawé, por sua vez, quer dizer “papagaio inteligente e curioso”.
A língua Sateré-Mawé faz parte do tronco linguístico tupi, mas seu vocabulário contém palavras completamente estranhas a ele, e que não podem ser relacionadas a nenhuma outra família linguística.
Os Sateré-Mawé possuem rica cultura material, sendo o artesanato de palha feito pelos homens, os teçumes, sua maior expressão. Eles usam talos e folhas de caranã, arumã e outros para fazer peneiras, cestos, tipitis, abanos, bolsas, chapéus, paredes, coberturas de casas etc. A produção de bancos não é frequente.
A cosmologia sateré-mawé dá grande ênfase ao Porantim, uma peça de madeira de cerca de 1,50 m de altura, com gravações em baixo-relevo recobertas de tinta branca, a tabatinga. O Porantim traz gravados o mito da origem do guaraná, de um lado, e o mito da guerra, de outro. Sua forma lembra a de um remo trabalhado. Possui poderes de entidade mágica, prevendo acontecimentos e intermediando conflitos.
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