Wajãpi

Os Wajãpi, povo de língua tupi-guarani, vivem em ambos os lados da fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa; a terra indígena do lado brasileiro, ao noroeste do Amapá, foi homologada em 2006 e hoje abriga mil pessoas, distribuídas em 49 aldeias. Algumas famílias vivem no norte do Pará, junto aos Wayana e Aparai.

Os Wajãpi do Amapá decoram seus corpos e artefatos com grafismos variados. Fazem uso da tinta vermelha do urucum, do suco do jenipapo verde e de resinas perfumadas. Sua linguagem gráfica, denominada kusiwa, não é apenas decorativa: ela encerra conhecimentos sobre as plantas, os animais e as coisas que os rodeiam; assim, de seu repertório constam onças, sucuris, jibóias, peixes, borboletas e mesmo produtos industrializados, como lima de ferro. Os diferentes padrões podem ser combinados em diferentes composições.

Em 2002, a partir de solicitação dos Wajãpi, o Iphan registrou sua arte gráfica no Livro de Registro de Expressões Culturais. No ano seguinte, a Unesco reconheceu suas expressões gráficas e orais como obras-primas do patrimônio oral e imaterial da humanidade. Desde 2005, pesquisadores wajãpi vêm registrando os conhecimentos tradicionais de suas comunidades, visando tanto à difusão externa quanto a ações de valorização nas próprias aldeias.

Os bancos wajãpi são produzidos pelos homens. Talhados em um só bloco de madeira, principalmente no cedro vermelho, têm diversos tamanhos, formatos e usos. Os infantis e femininos são quadrangulares e os masculinos são côncavos e ovalados. Alguns têm acabamento em madeira lisa, outros são enfeitados com pinturas à base de resinas naturais. Entre os bancos destacam-se os que representam o urubu de duas cabeças, que remete à figura mítica urubu akã mokoi.

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