Kalapalo

Os Kalapalo foram os primeiros xinguanos contatados pelos irmãos Villas-Boas, em 1945. Compõem um dos quatro grupos de língua karib que habita a região do Alto Xingu. Vivem hoje em duas aldeias no interior do Parque Indígena do Xingu e somam mais de 650 indivíduos.

Algumas semelhanças entre mitos kalapalo e ye´kuana, etnia com aldeias nas savanas da Venezuela e de Roraima, sugerem que os ancestrais dos Karib xinguanos deixaram a região das Guianas em tempos recentes, certamente depois de contatos com espanhóis, intensificados durante a segunda metade do século XVIII. Sob o ponto de vista da cultura, entretanto, há pouco em comum entre os Kalapalo e os povos Karib do Norte.

A vida social dos Kalapalo varia de acordo com as estações do ano. Na estação seca, que se estende de maio a setembro, a comida é abundante. É a época de realizar rituais públicos, que contam com muita música e com a participação de membros de outras aldeias. Na estação chuvosa, a comida torna-se escassa e a aldeia fecha-se. No contexto multiétnico do Parque Indígena do Xingu, os Kalapalo têm se destacado pela vigilância ativa de seus limites, evitando a invasão de fazendeiros vizinhos. Os produtos mais conhecidos de seu artesanato são os adornos, sobretudo colares e cintos, feitos de sementes e conchas de caracol.

É central para a vida social um ideal de comportamento chamado ifutisu, que corresponde a um conjunto de preceitos éticos pelos quais os Kalapalo distinguem os povos do Alto Xingu de todos os outros seres humanos. Em um sentido mais geral, ifutisu pode ser definido como uma ausência de agressividade – valoriza-se a habilidade de falar em público e de não provocar situações que causem desconforto aos outros – e pela prática da generosidade, o que inclui a hospitalidade e a predisposição para doar ou partilhar posses materiais. Os Kalapalo acreditam que a viabilidade da sociedade depende do cumprimento desse ideal.

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