Palikur

Os Palikur são um povo do tronco linguístico Aruak que habita a região do Oiapoque, no norte do Amapá. Existem muitos registros antigos sobre essa população, incluindo cerâmicas arqueológicas do período pré-colonial. Sabe-se que em 1513 foram avistados pelo espanhol Vicente Pinzón na região da foz do Amazonas.

O povo Palikur conseguiu se manter relativamente afastado das incursões portuguesas, refugiados nas savanas. Ao longo do século XIX migraram em massa para a Guiana Francesa; após o Contestado Franco-Brasileiro boa parte retornou ao Brasil, mantendo laços com os parentes que permanecem no lado francês. Contam com aproximadamente 1.710 habitantes no lado brasileiro e 720 no francês.

Há mais de três décadas os Palikur são adeptos da religião Pentecostal, praticando poucos rituais indígenas. Entre eles, destaca-se o Turé, realizado com o propósito de oferecer uma grande festa, com muita dança, cantos e caxiri (bebida fermentada) aos karuanãs, espíritos auxiliares dos pajés.

Nesta ocasião são talhados os bancos individuais, destinados ao pajé, quase sempre representando uma ave: gaivota, tucano, arara, urubu ou gavião. Para os povos indígenas do Oiapoque, as aves são o paradigma do invisível, grandes auxiliadoras dos pajés, com quem fazem suas viagens para outros mundos. É sentado sobre um pequeno banco ornitomorfo que o pajé entra em contato com os espíritos, operando suas curas.

Os bancos são esculpidos em madeira de caju e depois pintados com grafismos e marcas que caracterizam os animais que representam. As formas e os desenhos são sonhados pelo pajé, de acordo com o Turé e os animais que ele quer homenagear.

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