Coleção BEĨ abre a exposição “Bancos indígenas do Brasil” na cidade de Araxá, em Minas Gerais
A mostra traz produções de povos do Xingu, Sul da Amazônia, Amazônia Oriental, Calha Norte e Noroeste Amazônico, reunindo 34 etnias, além de fotografias e vídeos de Rafael Costa
A Coleção BEĨ estreia sua próxima exposição na cidade de Araxá, em Minas Gerias, dia 19 de setembro (segunda-feira), a partir das 19h, no Teatro Municipal Maximiliano Rocha. A curadoria da mostra, assinada por Marisa Moreira Salles e Tomas Alvim, reuniu 76 bancos de 34 etnias, compondo um recorte representativo da diversidade e sofisticação da produção de bancos indígenas no Brasil. Entre as etnias encontram-se Karajá, Saterê-Mawê, Tukano, Xipaya, Waiwai, Tapirapé, Yudjá e Tiryó e outras. A entrada é gratuita.
“O conjunto de bancos aqui apresentados revela a dialética entre a arte e o artefato, o objeto sagrado e a mercadoria, a tradição e a experimentação. Embora tenham peso simbólico e ritualístico, eles respondem também à demanda de compradores e colecionadores; são modelos fabricados com técnicas antigas, transmitidas de geração a geração, mas são também obras únicas, nas quais é possível reconhecer não apenas a cultura de que provêm, mas também o estilo único daquele que as talhou – a marca do autor, que não se confunde com o grupo”, comenta a curadora Marisa Moreira Salles.
É a primeira vez que a cidade de Araxá recebe o acervo da coleção, que nasceu de um deslumbramento estético com a beleza das formas, cores e grafismos dos bancos indígenas brasileiros. Uma curiosidade sobre a produção das obras é que elas são talhadas a partir de um único tronco de madeira e pintadas com resinas naturais, como o ingá misturado com pó de carvão e o urucum. O grafismo e formato das peças espelham o universo cultural e a cosmologia de cada etnia que os criou. Os bancos são geométricos ou zoomórficos, refletindo a diversidade da fauna das regiões de que provêm; entre os animais mais representados estão o tamanduá, a anta, a onça e os pássaros.
“A preservação dos padrões tradicionais e primitivos de produção revelam a extrema sofisticação estética das civilizações que floresceram no Brasil pré-colonial. Dessa forma, a partir deste único objeto, o banco, pode-se reconstruir toda a variedade, a diversidade e o refinamento das culturas ancestrais brasileiras que permanecem vivas”, complementa o curador Tomas Alvim.
Sobre a Coleção BEĨ
A Coleção BEĨ de bancos indígenas abrange mais de 700 peças oriundas de povos de diferentes regiões: Alto e Baixo Xingu, sul da Amazônia/Centro-Oeste, norte do Pará e Guianas e noroeste amazônico. Os bancos aliam funcionalidade e beleza; ao mesmo tempo que são reconhecidos como objetos de arte e design, preservam sua dimensão religiosa e simbólica: esculpidos em madeira, muitas vezes em formatos de animais, decorados com grafismos ou coloridos com pigmentos diversos, eles espelham o universo cultural e a cosmologia das etnias que os criam. Por sua extensão e importância, a Coleção BEĨ é hoje uma referência em arte indígena brasileira. Seus bancos vêm sendo expostos em instituições do Brasil e do mundo, contribuindo para abrir novos horizontes de reflexão sobre as complexas inter-relações entre as artes tradicionais e a cultura contemporânea.
Sobre o Teatro Municipal Maximiliano Rocha
O Teatro Municipal Maximiliano Rocha é a culminância de um projeto que visou à valorização arquitetônica e urbanística do centro de Araxá. Assinado pelo arquiteto Gustavo Penna, o projeto liga o caminho do Teatro à Praça da Igreja Matriz de São Domingos e dá visibilidade ao Parque do Cristo. Com 1500 metros de área construída e 300 lugares, a edificação é parcialmente enterrada para privilegiar o entorno. O volume que aflora do solo se abre para uma esplanada, criando um teatro de Arena, funcionando como uma concha acústica. Graças a esse espaço, o palco pode ser usado de forma simultânea para dois eventos: com formato espontâneo, no gramado, ou mais formal, no interior do Teatro.
Na cobertura do teatro há um grande espelho d´água, criado pela o arquiteto para homenagear a cidade, conhecida por suas águas medicinais. O trecho que leva ao espelho d´água é um mirante que forma uma passarela e se encontra com o eixo central ligado à Igreja Matriz, proporcionando uma forte conexão visual com a praça. Desde sua instalação, o público pôde desfrutar de inúmeros eventos no teatro. Destacamos alguns de expressão: Grupo Galpão, Triciclo Espetáculos, FLIARAXÁ, Uirapurus Arte e Cultura, Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Semana da Música, Encontro SESI de Artes Cênicas, Projeto Cientistas do Cerrado, cantores renomados, artistas nacionais, locais e internacionais.
Serviço
Bancos Indígenas do Xingu no Teatro Municipal Maximiliano Rocha
Abertura: 19 de setembro 2022, das 19h às 22h
Endereço: Av. Antônio Carlos, s/nº Centro
Telefone: (34) 3691-7011
E-mail: teatro@fundacaocalmonbarreto.mg.gov.br
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 08h às 18h, sábados das 8h às 12h
Período de visitação: 20/09/2022 até 18/03/2023
Informações coleção BEI: www.colecaobei.com.br | colecaobei@bei.com.br
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