Uma importante amostra da produção artística dos povos originários brasileiros será apresentada ao público mexicano em setembro, quando o Museo Franz Mayer, na Cidade do México, receberá peças da Coleção BEĨ de Bancos Indígenas, hoje um dos maiores acervos de arte tradicional do Brasil.
A exposição itinerante Bancos Indígenas do Brasil –
Grafismos reúne 75 bancos de 41 etnias oriundas da Amazônia e do Território
Indígena do Xingu. Alguns dos bancos expostos têm formas geométricas; outros
são zoomórficos, retratando animais da fauna brasileira. Os grafismos que os
adornam, feitos com pigmentos naturais, representam os mitos e tradições dos
povos que os fabricam e refletem seus laços com a comunidade, a terra e a
floresta.
O objetivo da
exposição, que tem a curadoria de Marisa Moreira Salles, Tomas Alvim, Danilo
Garcia e Mariana Frazão, é divulgar a arte e a cultura ancestrais do Brasil e
dar espaço para que os artistas indígenas alcancem o reconhecimento do
público. O artista Kulikyrda “Stive”
Mehinaku, do Território Indígena do Xingu (TIX), no estado brasileiro de Mato Grosso,
estará presente e discorrerá sobre seu trabalho e a cultura material de seu
povo. Imagens e vídeos do fotógrafo Rafael Costa, que registrou a produção de
bancos e o cotidiano da aldeia Kaupüna, da etnia Mehinaku, no TIX, completam a
mostra.
Bancos
indígenas de Brasil
Abertura: 4 de setembro de 2024, 19 horas
Visitação:
Segunda-feira: Fechado
Terça a domingo: 10h00 - 17h00
Museo
Franz Mayer
Av. Hidalgo 45, Centro Histórico,
Cidade do México, México
Estacionamento próprio anexo ao
museu na Rua Valerio Trujano S/N
Metrô: Estação Hidalgo ou Bellas
Artes na Linha 2
Turibus: Parada 11, Circuito do Centro
Informações: Bancos Indígenas de Brasil - Museo Franz Mayer
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Kulikyrda Stive Mehinaku, artista convidado
Técnico em agroecologia e Agente Indígena de Saúde (AISs),
Kulikyrda Stive Mehinaku começou a fazer bancos na adolescência, inicialmente
apenas para uso pessoal, como é costume em seu povo. Posteriormente, a
possibilidade de comercialização foi um incentivo, pois a venda de bancos era a
principal fonte de renda do povo Mehinaku, viabilizando visitas à cidade para a
realização de cursos e a compra de ferramentas industriais hoje inseridas no
cotidiano indígena. Seu nome, “Kulikyrda” significa “rosto de curica”, uma
espécie de papagaio da região amazônica.
Rafael Costa, fotógrafo
Graduado em
arquitetura pela Universidade Mackenzie, Rafael Costa (1963-2024) descobriu a
fotografia como um caminho de expressão na publicidade. Em 1998 abriu seu
estúdio e teve seu trabalho premiado nos maiores festivais de publicidade do
mundo, como o Clio Awards e o Festival de Cannes. Em paralelo foi construindo
um trabalho autoral, que traduz o seu encantamento pela arte da pintura e já
foi exposto em Paris, na Bienal de Firenze, na SP-Arte, e na Pinacoteca do
Estado de São Paulo. O livro Imaginário, publicado pela BEĨ, aproximou o
fotógrafo da produção artística dos povos originários que integram a Coleção
BEĨ. Suas fotos, feitas em estúdio e em viagens ao Território Indígena do Xingu
e ao Amazonas, ilustram o livro Bancos indígenas do Brasil, publicado em 2023,
e integram a exposição de mesmo nome.
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