Kawaiwete/Kayabi

A maioria dos Kaiabi habita atualmente a área do Parque Indígena do Xingu. Porém, esta não é sua terra tradicional: até aproximadamente a década de 1940, os Kaiabi ocupavam uma extensa faixa entre os rios Arinos, dos Peixes e Teles Pires, na bacia do rio Tapajós, a oeste do rio Xingu. Mas, apesar da resistência vigorosa por parte dos índios, essa região foi ocupada por seringueiros e depois dividida em fazendas. Com isso, os Kaiabi acabaram por se deslocar e se dividir. Grande parte foi abrigada no interior do Parque e outros dois núcleos ocupam terras indígenas no Mato Grosso e no Pará. Uma vez realocados sua população quase duplicou e hoje somam mais de 2 mil habitantes, distribuídos em cerca de 12 aldeias. Atualmente estão mobilizados para que sejam identificados por sua autodenominação - Kawaiweté.

A língua dos Kaiabi é da família tupi-guarani e se assemelha ao Kamayurá, ao Asurini do Xingu e ao Apiaká.

Para os Kaiabi, o cosmos divide-se em várias camadas superpostas, habitadas por seres sobrenaturais de diferentes tipos: há os perigosos "chefes” de animais, anyang e mama'é, que roubam as almas dos homens; os heróis culturais (demiurgos), que ensinaram aos Kaiabi tudo que sabem hoje em dia; e os Ma'it, os grandes pajés do céu. Todos esses seres povoam os mitos e narrativas através dos quais os Kaiabi compreendem e atuam no universo em que vivem.

Os Kaiabi têm uma cultura material bastante elaborada e diversa. Sua produção mais característica e singular é a cestaria, mais especificamente um tipo de peneira que, trançada com arumã, forma grafismos relacionados a figuras de sua cosmologia e mitologia. Além das peneiras, produzem bordunas com empunhadura trançada, enfeites de tucum e inajá, tecidos de algodão para redes e tipoias e bancos de madeira. Nestes, são aplicados os mesmos grafismos das peneiras. Os bancos Kaiabi se distinguem dos outros talhados pelos povos xinguanos por suas linhas retas e geométricas. São feitos pelos homens, com madeiras de alta durabilidade, como cedro, itaúba ou canela, para uso de todos; antigamente, porém, apenas os pajés e chefes podiam usá-los.

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